Até o momento, a grande questão da Copa do Mundo no Brasil é por que os times europeus estão sendo precocemente desclassificados? Alguns buscam respostas na preparação física ou nas questões de ordem técnico-tática do esporte. Esses elementos podem até explicar resultados, mas não explicam o fenômeno em si. O "problema" dos europeus está no status econômico-cultural que o seu futebol atingiu.
Quase todas as pessoas tem consciência que lá no velho continente o futebol está em um patamar econômico diferente dos outros. Lá o futebol é profissional e realmente já vive na "era do entretenimento e do marketing". Na Europa os clubes são empresas multinacionais com marcas globalizadas. E aquela coisa passional, que vêm de berço e que mora no âmago da identidade da pessoa que nasce em uma determinada região, cidade e país está se acabando.
Com isso se criou essa nova modalidade de torcedor, o tal "espectador". É aquele sujeito padrão FIFA; ou seja, que vai ao estádio "fantasiado" com as cores do clube, faz o show para a televisão, consome os produtos dos patrocinadores e, ao final do jogo, o mais importante foi o número de "curtidas" recebidas no selfie dentro do estádio.
Esse espectador vibra com o "jogador de futebol moderno". É o atleta profissional; ou seja, que se "fantasia" com as cores do clube, faz o show para a televisão, vende os produtos dos patrocinadores e, ao final do jogo, o mais importante foi o número de "curtidas" que ele proporcionou para sua própria marca.
Essa simbiose "espectador-atleta profissional" fez com que as seleções europeias se transformassem também em um grande produto de marketing que visa o lucro em cima da necessidade de status de cada indivíduo do seu país. Sem aquele clamor popular, sem aquela responsabilidade de carregar a "nação na ponta das chuteiras", essas seleções entraram na Copa para "fazer um espetáculo" em gramados tupiniquins.
Mas não é exatamente isso que a FIFA e as confederações querem? Bem, o plano era criar um futebol sem "guerra entre nações", sem conflitos na arquibancada, sem aquela comoção nacional em caso de vitória ou derrota. Um futebol asséptico e lucrativo.
Pois bem, esse tipo de futebol, virou a desgraça dos europeus. Suas seleções foram feitas de jogadores-personagens, enquanto as outras seleções continuaram a produzir jogadores-heróis da nação.
Agora, basta saber como os europeus vão lidar com esse fenômeno e ditar os novos rumos do futebol mundial.
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